Sonhei contigo nessa noite e simplesmente me abraçava. Acordei com a maior sensação de vazio que já senti. Percebi então o quanto ainda gosto de ti. Exatamente esse gostar que está me destruindo. Não te culpo por não corresponder. A culpa é minha por escolher a pessoa errada para sonhar.

Se for pra despedir, que seja da solidão.
Se for pra esquecer, que seja o tempo.
Se for pra pedir, que seja um beijo.
Se for pra chorar, que seja de alegria.
Se for pra sofrer, que seja de amor.
Se for pra brigar, que seja por um abraço.
Se for pra lutar, que seja pela felicidade.
Se for pra dormir, que seja para sonhar.
Se for pra gritar, que seja “eu te amo”.

Para ler ao som de “Songbird” na voz de Santana – Glee

Gosto de presentear as pessoas que tenho um carinho especial. É uma alegria andar loja por loja na escolha do presente que realmente se adéqua a personalidade de quem receberá.

Sempre gostei de fazer os embrulhos. Por algum motivo recebi o talento de trabalhos manuais. Assim, não meço esforços para escolher cuidadosamente cada parte do embrulho: o papel de seda, a caixa, o laço. Todos ornando com o presente, pessoa e ocasião.

Algumas vezes [confesso] capricho mais. É inevitável quando uma pessoa rouba mais atenção que as demais e desperta todo um investimento de cuidado e carinho.

Em meio a presentes simples, escolhi algo especial. Era algo que enchia aos olhos e me explodia de felicidade. Jamais havia investido tanto num presente como dessa fez. Não me importava com o valor que me custaria. Estava coberto por esse luxo radioso de ver a outra pessoa feliz. Escolhi, sem hesitar, presentear com meu melhor: o meu coração.

Como as demais vezes, ornei cada parte como eu pude. Envolvi em carinho, coloquei na caixa da sinceridade e fechei com uma majestosa fita de amor. Assim como uma criança que leva na sua inocência o maior sorriso que os lábios suportam, entreguei o presente.

Esperava alegria, lágrimas e um abraço. Mas a verdade nem é sempre como esperamos. Recebi um sorriso amarelo e sem graça. Meia dúzia de palavras sem sentimento. Por educação, o presente foi aceito. Provavelmente está jogado num canto do quarto, numa pilha de roupas sujas. Talvez será trocado por outra coisa mais útil. Algo que satisfaça a necessidade do egoísmo, que não exija dividir, que não dê trabalho. Talvez algo descartável.

Não será espantoso se entrar na lista de “presentes rodízio”, aquele que você recebe e tão logo passa para outra pessoa. Ou encontrarei num brechó, um caldeirão de ofertas. Aquele espaço onde mercadorias antiquadas e de pouco valor ficam.

Quem sabe, um dia, alguém encontre esse coração. Provavelmente estará empoeirado, machucado e até com algumas partes não funcionando mais. Que leve com cuidado para casa, conserte as falhas, limpe as partes que ficaram sujas e coloque num lugar onde possa admirar, com toda a força de sentimentos, cada parte que compõem esse melhor presente que posso oferecer.

Quem nunca disse que está “tudo bem” sabendo que por dentro tudo desmorona numa avalanche de sentimentos e dor?

É fácil arquitetar palavras para fantasiar um sentimento que não cabe dentro de si. Mas algumas palavras são suficientes para entregar a verdadeira aflição da alma.

Sou mestre nisso. Sempre acredito que sou a pessoa mais forte que pode existir. Então a mais boba e simples coisa acontece e eu volto ao meu estágio de insignificância.

Queria saber trabalhar essa minha força com mais propriedade. Ser capaz de perceber a indiferença e não sentir dor. Receber um “não” enquanto meu coração almeja o “sim” e entender que foi melhor assim.

Talvez tudo isso seja um processo de amadurecimento [essa é a resposta para tudo, não é?]. Mas até quando? Será que corro o risco de tornar-me forte o suficiente e ficar insensível? Muito provavelmente não.

Posso viver de tudo. Não será dessa vez que endurecerei meu coração. Muitas coisas podem acontecer. Cortes profundos ferirão a alma e cicatrizes serão carregadas por toda a vida. Contudo não tenho medo de derramar lágrimas. Não tenho medo de abalar minha frágil força. Entendo que é preciso sofrer.

A minha força é insignificante se comparada com a vontade que tenho, única e fantástica, de amar.

Para ler ao som de “Don’t You Remember” de Adele

 

Não consigo apreciar muito a música de Adele sem refletir por tempo na primeira frase. Uma pergunta que não deve existir uma pessoa no mundo que ainda não fez “When will I see you again?”

Relacionamentos começam e terminam o tempo todo. Sempre existe essa necessidade de completar algo que ainda não lhe satisfaz por completo. Alguns encontram essa parte que falta em outra pessoa ou numa atividade do trabalho ou do dia a dia.

O importante é estar satisfeito com aquilo que lhe faz bem. Mesmo que muitos rotulam o que lhe agrada como errado. Vale o esforço e dedicação para terminar o dia com aquele sorriso de atividade concluída.

Provavelmente meu maior erro foi em acreditar que outra pessoa poderia ser a peça que faltava para completar minha felicidade. Precisei passar pelo processo mais difícil para aprender essa lição: a perda.

É quase possível prever quando um momento se juntará àqueles que jamais serão esquecidos. Ficam armazenados numa parte especial da nossa vida e acessados todas às vezes que algumas situações parecidas acontecem. São como um manual de instruções para alertar como proceder na operação.

Nesse período de ausência aprendi a valorizar as coisas que antes considerava tão banais. Aprendi que beijos não são contratos e abraços não são promessas. Poderia ser um daqueles que se trancam num quarto e choram lágrimas o suficiente para afogar-se em arrependimentos e dor. Mas resolvi chorar o suficiente para aprender a lição.

Meu maior erro foi acreditar que as pessoas deveriam amar da maneira como eu esperava que me amassem. Sempre precisei de provas, atitudes, ligações, mensagens e feedback, mas isso sufoca a oportunidade do espontâneo acontecer. Então o que terei será uma relação manipulada e igual a todas as demais. Resolvi aceitar as pessoas como elas são e não como eu quero que elas sejam. Para isso, precisei escolher se desejo conviver com isso ou me aprisionar num mundo de expectativas.

Expectativas são como sonhos que devemos ter guardados conosco. Às vezes é bom sonhar com eles e imaginar como seria se fossem reais. O que não dá é viver a vida baseada neles e dividi-la em duas: a que acontece e a que falta.

A palavra que não sai da cabeça é amadurecimento. Talvez tenha que ter muitos outros relacionamentos para estar bom o suficiente para tornar um deles eterno. Provavelmente passarei por todo esse processo sozinho. Tenho a certeza que vai doer, e muito, mas percebi que antes de ser dois é preciso ser um.

Para ler ao som de “Landslide” de Glee

É fácil falar de alguém ou de alguma coisa. Sempre existe aquela lista de itens que procura analisar antes de formar uma opinão. O problema maior está quando quer falar de você mesmo. Parece que existe um bloqueio, uma falta de informação ou uma certa teimosia em aceitar a verdade.

Sinto que fui soterrado por uma avalanche de defeitos que assumi como traços de personalidade. Como características próprias de alguém que dizia ser único, exclusivo, mas na verdade se quer consegue suportar bem o peso de tudo isso.

E é claro que este peso é insuportável. Ele está baseado em impressões falsas, em emoções equivocadas e amores imprecisos. Não é que eu tenha passado esse caminho todo enganado sobre mim. É que eu, muitas vezes, dei mais valor em quem encontrava na caminhada do que quem caminhava.

Tornei-me um enorme quebra-cabeças, cheio de peças que nem são minhas. Preciso ver o que ainda me serve e montar a imagem correta.

Eu quero chegar aos 90 anos e saber exatamente o que causou cada ruga no meu rosto. Cada fio de cabelo que tornou-se branco ou caiu. O motivo de cada cicatriz. A razão de cada impulso. E para isso, eu preciso me conhecer melhor do que ninguém.

Talvez seja necessário eu criar um tempo para mim. Certamente colocarei aquela placa escrito “em obras” e, quem conhece esse aviso, sabe que deve ter cuidado ao se aproximar. É perigoso se ferir por estilhaços da construção.

Perguntaram para mim como seria o par ideal. Não sabia ao certo o que responder. Talvez soubesse. Talvez meu coração pedisse para apenas citar um nome próprio. Mas resolvi me concentrar na pergunta e dizer o que eu espero da outra pessoa.

Poderia listar várias palavras ornadas de adjetivos cuidadosamente escolhidos, mas provavelmente seria tendencioso demais em idealizar uma pessoa que não existe. Esperar a pessoa exatamente como eu quero é perder a oportunidade de lapidar e ser lapidado.

Gosto de tantas coisas: música, humor, talento, sorriso – ah, me entrego por um belo sorriso -. Quero compartilhar interesses em comum. Quero alugar um filme ou ver uma peça sabendo que ambos gostarão. Quero viajar para um lugar qualquer ao som alto de “Sing” de Glee, sentindo o vento no rosto e cantando com o máximo dos meus pulmões.

Espero encontrar alguém que possa ter meus dedos entrelaçados aos seus, juntando as mãos de uma forma espontânea. Alguém que o abraço é mais importante, que beijos são fenomenais e que o valor do tempo não existe. Alguém que coloque um sorriso bobo no meu rosto com as coisas mais banais: uma mensagem, um cartão, presente, um simples “bom dia!” ou um rostinho de caracteres. Alguém que saiba o valor do toque, o brilho nos olhos e do encanto das palavras.

Quero alguém que eu possa desejar de todo meu coração estar ao lado o máximo de tempo possível, simplesmente para tentar demonstrar esse luxo de felicidade que me proporciona. Quero continuar a esperar essa pessoa, pois acredito que ela um dia me encontrará.

“Mamma Mia!”. Com certeza não existe expressão melhor para definir o magnífico musical da Broadway, sucesso mundial, no qual o Brasil foi contemplado em ter em seus palcos.

Antes de tentar encontrar adjetivos coerentes com tamanha exuberância, preciso fazer uma pequena e válida observação. Muitos criticam o espetáculo “Mamma Mia!” pela tradução das letras e tal. Tudo bem que a peça foi construída em cima das músicas do Abba. Mas não faria sentido algum se os atores encenassem em português e, do nada, cantassem em inglês. Musical não é só um roteiro de falas e músicas. A música descreve a cena e sentimentos em suas notas. Desejar que tudo seja como o original traria desarmonia e muitos não entenderiam o desenrolar da história. Outro erro que as pessoas comentem ao criticar é fazer comparações com o filme. Vamos entender uma coisa: livro jamais será como um filme. Um filme jamais como uma peça teatral. Uma ilustração jamais uma pintura. Uma pintura jamais será uma fotografia. A arte não foi feita para ser igual à outra arte. A singularidade é a essência de sua ação extraordinária em nossos corações. Desarma-se dos conceitos Hollywoodiano e aprecie o que está ali ao vivo.

Agora posso tentar descrever toda aquela explosão de cores e talentos encenados em tão radiante palco. Como não ficar perplexo com a atuação de magnífico elenco? Uma escolha precisa de Kiara Sasso, Saulo Vasconcelos, Pati Amoroso, Andrezza Massei, Rachel Ripani, Cleto Baccic, Carlos Arruza e Thiago Machado para darem vida e muita alegria em grandes canções do Abba.

O cenário simples e colorido coloca em evidência toda a euforia e humor do musical. Impossível não rir em alguma parte das cenas. As grandes amigas de Donna, a Rosie e Tanya garantem muitas gargalhadas com situações cômicas e inusitadas. E a grande confusão dos três possíveis pais da Sophie proporciona a trama da história. Muita alegria e grandes números de danças fazem jus às canções entoadas. Porém nem tudo é alegria. Mais uma vez Kiara prova todo seu talento ao cantar “E Tudo Ao Vencedor” (The Winner Takes It All). Com certeza o Teatro Abril deveria providenciar botes para resgatar as pessoas da enchente de lágrimas de um publico maravilhado com tal canção.

Um espetáculo digno de ser aplaudido de pé e, principalmente, dançar nele. É praticamente irresistível não mexer a mais simples ponta do dedo do pé. A grande alegria está no final, após uma linda e suave canção o cenário se transforma numa grande pista de dança e luzes invadem o público eufórico com as canções (agora em inglês) do Abba. Uma forma de se despedir e mostrar a explosão de sentimentos que só Mamma Mia pode proporcionar aqueles que têm a felicidade de contemplar.

Não contarei tudo o que acontece lá. Quero que todos tenham a oportunidade ímpar de admirar tamanha excelência musical. Quero que todos saiam de lá como eu, cantando por dias as músicas e desejando voltar mais e mais vezes.

(…)Talvez minhas palavras não chegam nem perto do tudo que és. Talvez orno demais algo que pode ser considerado simples. Talvez me dou liberdade para escrever muitos adjetivos. Talvez considere isso banal. Talvez leia várias vezes o mesmo texto. Talvez vire lixo eletrônico. Talvez sou apressado demais. Talvez me responderá apenas com um rostinho feito de caracteres. Talvez tudo seja um sonho. Talvez tudo seja mais que realidade. Talvez é o primeiro capítulo de uma história toda. Talvez é algo momentâneo e nada mais.

As dúvidas são como a quantidade de gotas de chuva que caem todos os dias. Mas uma coisa eu tenho a convicta certeza: Não tenho medo de viver esse prazer magnífico que é estar ao teu lado.(…)

 

 

Aniversários são ocasiões que nos leva a pensar no que conseguimos na vida, traçar novas metas e alcançar objetivos. É como se todos os anos embarcássemos numa nova viagem, onde, para arrumar as malas, jogamos todas as coisas que pretendemos levar em cima da cama e analisamos cuidadosamente aquelas que ainda nos servem. Alguns sonhos são dobrados com carinho e colocados dentro da mala. Outros, porém, são deixados de lado e doados para tantas outras pessoas que organizam a viagem da vida.

 

A trajetória de sua vida Saulo é marcada por grandes viagem. A cada novo espetáculo, a cada nova apresentação, sua carisma, talento e primor invadem o coração de cada pessoa que tem o privilégio de te ver, colocando um maravilhoso sonho nas malas de cada uma delas. É adorável carregar essa bagagem cheia de realizações e fantasias. Nos momentos mais tensos da vida, abrimos a mala e apreciamos as músicas ouvidas e as lembranças assistidas.

 

Aquele que já teve a honra de te conhecer sabe o quanto as palavras são sinceras. O talento de palco é inquestionável, mas o talento de pessoa – em seus valores de humildade, afeto e carinho – deve ser tomado como exemplo. Se todos tivesse um pouco de Saulo Vasconcelos dentro de si, não haveria necessidade de pedir um mundo melhor, nós já estaríamos nele.

 

Faço votos de longevidade: de palco e de vida. Tenho certeza que Deus há te de abençoar ainda mais. Seu talento é um presente divino e compartilhar conosco é um ato de generosidade.

 

Deixo meu abraço e apreço para aquele que, de uma forma incrível, emociona a todos que são contemplados com o seu talento.

 

Feliz Aniversário.